O prazer de ser bom-samaritano
Animal Crossing – Wild World é um jogo de consola. Está apenas disponível na plataforma Nintendo DS. Este jogo é proclamado como um dos melhores para a DS. Detentor de gráficos simples e infantis. Munido de uma panóplia de espécies animais e com apenas um humano. O que transforma um jogo tão simples num verdadeiro fenómeno?
Na primeira jogada um táxi leva-nos para esse desconhecido mundo novo. O taxista enche-nos de perguntas. É a definição da nossa personalidade e do respectivo mundo, até então desconhecido, que está em causa. Chegado ao mundo aleatoriamente criado é tempo de conhecer os residentes. Tom Nook, o guaxini proprietário da loja de conveniência local, será o nosso principal mentor. É graças a este que conseguimos trabalho e contraímos o empréstimo para uma casa.
Posto isto, somos obrigados a conhecer todos os residentes. Todos eles diferentes. Dos mais domésticos aos mais exóticos. A personagem humana tem de trabalhar para pagar a hipoteca. A casa tem de ser decorada. A mesma estará sob a alçada da Happy Room Academy uma organização que avalia o feng-shui, a decoração e ainda o tamanho da casa.
No Animal Crossing tudo acontece em tempo real. Cada dia tem 24 horas, os anos têm 365 dias e as estações do ano surgem na altura exacta. Trata-se de uma segunda vida, mais terna e simplificada, num mundo marcado pela harmonia. A função da personagem humana consiste em cuidar do reino que criaram, pagar a hipoteca da casa, fazer amigos e ajudar esses amigos.
É um jogo com gráficos simples e ‘cute’. No entanto, a responsabilidade por aquele pequeno pedaço de terra e por aqueles residentes tornam este exclusivo da Nintendo DS num jogo viciante. O jogador acaba por receber satisfação ao ajudar o próximo. Acaba por sentir-se no samaritano que nem sempre pode ser no mundo real.
Animal Crossing é o exemplo puro de que nem sempre os videojogos são criações prejudiciais ao desenvolvimento cognitivo e psíquico.